Um dia se cansavam, sem saber bem as razões, os porquês. Se cansava talvez por conhecer, se decepcionar, talvez por juntar ambas e ultrapassar a soma negativa das partes. De forma ou outra, assim mutilavam, desgastavam, feriam, destruíam. E corriam, corriam para refúgios despretensiosos, cheios de cor e brilho, fugiam para não ter que aturar falsas felicidades, falsos sorrisos, pseudo ideais.
Largavam a xícara de café, o jornal meio folheado, o açúcar derrubado, as promessas não cumpridas, e saiam, saiam para procurar novos ambientes, novas juras, novas experiências, novos elogios. Num modo desesperado de conseguir, conseguir se encontrar, conseguir encontrar em si novas formas de ter esperança, esperança de que tudo não é um ciclo vicioso o qual acaba sempre com alguém enojado e outro que não é mais o que deixava transparecer. Ou ainda é, mas isso conseguira enganar por tanto tempo, tempo suficiente para se divertir, amar, aconselhar, se entristecer, e posteriormente querer abandonar.
Abandonar uma base para querer se aventurarem algo incerto, em novos gostos, novos cafés, novos jornais, novos açucares, novas promessas e esperanças de que dessa vez, tudo desse certo.